Séries Famosas da TV
Relembrar é sempre bom

Capitão 7
Em 1954, entrou no ar na Record o primeiro seriado produzido no Brasil, "Capitão 7", estrelado por Ayres Campos e Idalina de Oliveira, o seriado ficou no ar até 1966.
Capitão 7 é considerada a primeira série com um super-herói do Brasil. Exibida durante 12 anos, entre 1954 e 1966, suas mais de 500 histórias apresentavam um herói nacional lutando contra o crime e a injustiça, na mesma época em que eram exibidas as séries brasileiras Falcão Negro e O Vigilante Rodoviário. O Capitão 7 era uma mistura de Super Homem com Capitão Marvel e uma pitada de Flash Gordon.
Criada por Rubem Biáfora, Capitão 7 estreou no dia 24 de outubro de 1954 pela TV Record. A princípio era exibida três vezes por semana com episódios que variavam entre 30 e 40 minutos de duração. Mas o sucesso de audiência fez com que fosse investido mais no programa, o qual se tornou diário.
A propósito, tal qual o herói nipônico National Kid foi batizado com este nome para divulgar seu patrocinador, a National, Capitão 7 recebeu esse nome porque a TV Record era transmitida pelo canal 7 em São Paulo.
Esse herói nacional era vivido pelo mineiro Ayres Campos, escolhido entre dezenas de outros candidatos, entre eles o ator Hélio Souto. "Tive que fazer vários testes. Além da interpretação fiz exibições de força e habilidade em várias modalidades de luta, inclusive boxe. Muito me favoreceu a excelente forma física que sempre procurei manter e a experiência, como ator, em vários filmes." No início o ator ainda usava um capacete, máscara nos olhos e um bigodinho a la Clark Gable. Depois, adotou a cara limpa.
Tal como demais super-heróis, o Capitão 7, Silvana e o Tenente tinham uma identidade secreta, mas estas nunca foram reveladas. Eles eram super-heróis que lutavam contra o mal numa espécie de "liga da justiça". Suas vidas particulares jamais foram reveladas. Lutavam contra bandidos na Terra, espaço sideral e no mundo subterrâneo.
A princípio ao vivo com transmissão direta, e mais tarde filmada em película cinematográfica, a produção contava com várias cenas de ação, muitas delas interpretadas pelo próprio Ayres Campos que escapou, dezenas de vezes, de ser morto em ação.
Até 1960, a série era escrita por vários roteiristas. Depois todos os episódios passaram a ser escritos, produzidos e dirigidos por Alice M. Miranda, mais conhecida no meio artístico por Maio Miranda. Ela ficou responsável pela série até o último mês de sua gravidez. Alguns meses depois, Capitão 7 saiu do ar.
Por causa do sucesso do herói entre seu público infantil, foi criado um Clube, apoiado pelo personagem e patrocinado pela Vigor, que incentivava crianças e jovens a manter um corpo sadio, ter amor aos estudos e não agir com violência.
Também foi lançada uma revista em quadrinhos com histórias vividas pelo Capitão 7, com um total aproximado de 60 edições. Seu protagonista, Ayres Campos, aproveitou sua paixão pela série e, após o seu encerramento, abriu um negócio próprio: a Capitão 7 Indústria e Comércio de Roupas Ltda., uma fábrica de roupas de super-heróis, entre eles, o próprio Capitão 7.
Os episódios do Capitão 7 ficaram, durante anos, guardados nos arquivos da TV Record, que perdeu tudo nos incêndios dos quais foi vítima.
Tão grande foi o sucesso da série alcançando, por inúmeras vezes, o assombroso índice de 92 % de audiência, dando origem ao lançamento das histórias em quadrinhos num total aproximado de 60 edições, ao inverso do que normalmente ocorre, uma vez que, normalmente os sucessos das histórias em gibis é que originam os filmes.
O nosso herói tupiniquim, que a exemplo dos tradicionais super-heróis usava uma malha azul com um raio amarelo no peito, numa mistura de Super-Homem e de Capitão Marvel, era a identidade secreta de Carlinhos, menino que fora levado para o Sétimo Planeta e desenvolveu uma super-força, além de extraordinária inteligência e, posteriormente nos quadrinhos, a capacidade de voar, lutando contra o crime e a injustiça, enfrentando bandidos na terra, no espaço sideral e no mundo subterrâneo, naturalmente dentro das limitações que a tecnologia da época permitia.
O ator Ayres Campos faleceu em julho de 2003.
Fontes:
http://www.mofolandia.com.br/mofolandia_nova/capitao7.htm
http://www.portaldamooca.com.br/capitao7_a.htm







Ayres Campos
Ayres Kruger da Senna Campos, ator, intérprete do Capitão 7, série dos primórdios da televisão brasileira, transmitida pela TV Record entre 1954 e 1966. Ele gravou mais de 1.000 episódios como Capitão 7, personagem que também virou herói de revista em quadrinhos. Morreu dia 6 de julho de 2003, de pneumonia, aos 80 anos, em São Paulo.